terça-feira, 30 de dezembro de 2008

78 ROTAÇÕES - Paralamas do Sucesso e os 25 anos de Cinema Mudo


"Os Paralamas do Sucesso iam tentar tocar na capital" esse era o trecho da música Vital e Sua Moto, música do compacto homônimo do qual impulsionaria o lançamento do 1º LP de uma banda que entraria para a história do rock nacional! Os Paralamas do Sucesso.
Esse disco nesse ano, completou 25 anos,desde seu lançamento. Infelizmente pesquisei e não descobri o mês que foi lançado.
Com certeza, na minha opnião, é um dos melhores discos da banda lançou com ótimas músicas, como a música titulo do LP, Vital, Foi o Mordomo e Química (composição de Renato Russo ainda na época do aborto elétrico, que depois seria gravada pela Legião Urbana).
Ainda falta na minha coleção esse disco, mas um dia com certeza eu terei.
Parabéns aos Paralamas por todos esses anos na estrada, que desde essa época se mantém firme com amesma foramação. Com essa comemoração quem ganha o presente somos nós os fãs.
Aproveito o momento e separei um vídeo da da banda se apresentando no Rock n' Rio, cantando Vital e Sua Moto, que está abaixo.
Veja também o site da banda


quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

PROJETORES - Crepúsculo: Amor à Primeira Mordida e Partidas de Beisebol

Crepúsculo conta a história de Bella Swan (garota de 17 anos, interpretada pela irresistível Kristen Stewart) que decide se mudar da ensolarada Phoenix, onde morava com a mãe e o novo marido dela, para viver com seu pai na fria e chuvosa Forks, onde passa a freqüentar o colégio de lá e acaba se sentindo atraída pelo misterioso Edward Cullen (interpretado por Robert Pattinson), garoto pálido, de bela aparência e anti-social, que costuma andar apenas com seus irmãos durante os intervalos das aulas, tão reclusos quanto ele. A princípio, Edward faz de tudo para evitar a garota, mas como ela insiste em descobrir seus mistérios e atiça seu lado protetor, por sempre se meter em acidentes e confusões, ele desiste e acaba cedendo. E à medida em que Bella vai se aproximando de Edward descobre que ele é um vampiro.

Muitas resenhas de Crepúsculo (filme hit do ano, dirigido por Catherine Hardwick) que eu tenho lido por aí costumam não apenas citar, mas exaltar as críticas negativas ao filme. Oras, não é para tanto. No Rotten Tomatoes ele está com 50% de críticas positivas e 50% de críticas negativas. Até agora o site analisou 180 resenhas publicadas em jornais, revistas e sites. Por mais incrível que possa parecer, a resenha com a qual eu mais simpatizei sobre o filme é da Isabella Boscov da revista Veja, apesar de ser um tanto condescendente.

Para começo de conversa, Crepúsculo se trata de uma adaptação de um livro muito famoso, aliás, um verdadeiro fenômeno que eu não li. O que é bom num determinado contexto. Assim temos a análise de uma pessoa que leu o livro (logo abaixo) e de quem nem chegou a ter o livro em mãos, como eu. É inegável que o roteiro foi escrito pensando-se nos fãs do livro, naqueles que já tinham conhecimento da história dos vampiros teenagers. Até aí tudo bem, desse estilo existem muitos por aí, como, por exemplo Harry Potter e o Cálice de Fogo (por coincidência, Robert Pattinson, o Edward de Crepúsculo, dá as caras nesse filme também), um filme feito para fã. Mas o problema é que o filme decepciona até os fãs em alguns momentos o que acredito que a Sygma tenha explicado muito bem em seu texto sobre o filme. E para quem não é fã, fica meio complicado entender qual é a de todos os personagens que aparecem na tela. Algumas passagens que parecem vitais para a compreensão da história e dos fatos, parecem não funcionar, não atingir quem não conhece a saga literária escrita por Stephenie Meyer.

Toda a nossa compreensão sobre outros famosos vampiros do cinema é completamente dispensável para entender a versão cinematográfica de Crepúsculo e, sinceramente, aceitar os vampirinhos modernos, vegetarianos, glamourosos, que pulam feito macacos em árvores, praticam abstinência sexual e saem ao sol é bem mais fácil para aqueles que já ouviram falar da obra literária. Do contrário a traição das características tradicionais dos vampiros, transformando tudo o que sabemos sobre esses seres fascinantes em mito, pode servir para espantar os mais ortodoxos. Claro que o fator sedução, a sede por sangue, a palidez da pele e a rivalidade com lobisomens ainda existem, o que já faz com que Crepúsculo ganhe pontos.

Quando disse que concordo com a crítica da Boscov (aleluia!), é porque ela explicitou uma característica do filme que eu apontei como sendo seu maior mérito após a sessão: a sinceridade. É um filme que apresenta uma história de amor muito sincera, isso é inegável. É claro que Crepúsculo é um filme mais destinado ao público feminino (especialmente adolescentes), e analisando por esse ângulo, pode-se dizer que ele cumpre sua proposta com louvor, pelo menos no quesito melação.


Os efeitos especiais são ruins. Ponto. Mais que ruins, eu diria. Isso claro, deve-se ao orçamento baixo, mas não é para tanto. A maquiagem é outro ponto negativo do filme e câmera trêmula é uma falha grave. É para evidenciar uma marca pessoal da diretora? Sei lá até que ponto isso faz parte de sua identidade como cineasta (se é que faz), mas a verdade é, que nesse contexto, não funciona. Alguns diálogos são pra lá de clichês e só vão encantar mesmo as garotas über românticas. Também me cansou um pouco certas obviedades do roteiro, um exemplo é a cena em que a humana Bella revela ao vampiro Edward que conhece seu segredo e cita em voz alta quais foram as pistas que a levaram a tal conclusão. Mas Catherine Hardwick filma com tanta sinceridade os clichês, (ás vezes, assumindo um tom até melancólico, claro, graças à contribuição do bom elenco) que eu, confesso, acabei até me simpatizando com o trabalho dela.

Robert Pattinson me incomodava nos trailers com aquela cara de “mamãe quero ser galã!”, mas ele se mostra aqui uma das gratas surpresas do filme dividindo o palco com uma carismática e encantadora Kristen Stewart. Só a sintonia intensa entre as duas personagens já vale. Pattinson tem tudo para se firmar como um dos grandes galãs de Hollywood e em Crepúsculo mostra competência, além de fazer as meninas suspirarem o tempo todo. O ator consegue contornar muito bem a obviedade dos diálogos e as limitações dos efeitos especiais (que existem no filme mais em função de sua personagem mesmo), inclusive do fraquíssimo efeito pisca-pisca, tornando sua personagem cativante. Kristen... Oras... Muito eficiente além de tentadora. A atriz dá vida a uma Bella graciosa e bonita (mas não linda de morrer), passível de identificação, tridimensional e que já ganhou meu coração. E o que ouvi dizerem por aí é verdade. Durante a projeção as expressões insinuantes estampadas no rosto da menina e os olhares do tipo: “Fuck me hard and fast” que ela lançava para o vampirinho galã eram de tirar o fôlego. Dava até para sentir uma pontinha de inveja do tal Edward... Não sei se foi o fascínio que a menina exerceu sobre mim que me fez imaginar coisas, mas... será que só eu notei que houve outro sentido (até mesmo um pouquinho de decepção) na pergunta que ela faz ao Edward no quarto: “Sem cama?”. Que garota.


Mas não só o duo principal está bem como também o restante do elenco. Os rostinhos estranhos e desconhecidos de adolescentes desajeitados da Forks High School tornam tudo mais plausível. A exceção dos Cullen, todos os outros alunos da escola tem idades correspondentes às que aparentam ter no filme. Jessica Stanley, é a típica garota chata, histriônica e inconveniente, mas é uma graça. Outra gracinha é a Angela, com carinha de nerd, doce e encantadora. Eric não faz falta e Mike consegue ser o garoto grudento (do tipo que faz a gente rir dele e não com ele), mas ainda assim consegue fugir de ser um personagem chato. Nikki Red é uma escolha equivocada para ser a Rosie, caricata e afetada. Emmet é muito carismático, Jasper, por enquanto é só mais um, vamos ver mais pra frente e Billy Burke está convincente como o pai de Bella. Bom elenco, pelo menos nesse ponto não se tem do que reclamar.

Ao contrário dos efeitos, a fotografia é realmente muito bonita, pálida em certos momentos e a trilha sonora altamente pop funciona direitinho. Boa a música do Black Ghosts e a Bella’s Lullaby de Carter Burwell é mesmo brilhante.

Crepúsculo é um filme que se salva graças algumas cenas espertas. Do contrário, ficaria bem abaixo da média. Os contrastes entre a menina fraca e comum e o vampiro forte e sedutor são evidenciados pelo jeito desastrado de Bella e pelas diferenças até mesmo de figurino de ambos. Enquanto ela insiste em modelitos mais casuais, ele sempre se traja com certo glamour e elegância, mesmo quando usa roupas mais normais. E claro, pelo fato de a garota odiar o frio de Forks e amar o clima ensolarado de Phoenix e acabar se apaixonando por um “frio” por excelência. Edward, embora seja de uma família de vampiros, tem impulsos de um garoto de 17 anos. Certo que ele tem que ter mais controle do que um humano, e se sente inseguro ao apresentar a namorada à família, temendo que seja assustador demais. Não pelo fato de serem vampiros, mas pelo fato de ser sua família conhecendo a sua garota. Simples assim. E isso já rende uma boa seqüência.

Outras boas cenas são a piada do Google (que a protagonista não leva como piada) ou quando Bella diz que deve ser um inferno repetir sempre o colegial, estar sempre com essa idade perigosa que é os 17 anos. Outra cena que se destaca (seria melhor se os efeitos contribuíssem) é aquela em que Edward salta pelas árvores com Bella em suas costas e eles curtem um romance nos galhos destas ao som da canção de ninar que o vampiro compôs para a amada. O beijo entre os dois é mais um exemplo de boa cena: tem um quê de inocência, de descoberta, mas com um toque sutil de sensualidade. A seqüência que abre o filme, que mostra um veado sendo perseguido por um estranho ser também é digna de nota.

Por outro lado, a luta final é ruim e o vilão... Bem, ele é tão sem propósito, desnecessário... se existe no livro e persegue Bella pelos mesmos motivos do filme, então o erro vem já do original.

Embora pudico, não acredito que ele prega a castidade e quer tentar empurrar a virgindade goela abaixo de seus telespectadores. É uma história de amor pura e simplesmente, onde os toques não podem passar dos limites, mas existe uma sexualidade latente e a maior angústia do casal é não poder se tocar como quer, não poder se sentir, se experimentar... Não entendo esse pessoal que enxerga coisa onde não tem. Assim como não entendi o pessoal que encontrou conotações machistas no filme. Pra mim a manipuladora é a tal da Bella.

Se narrada por Edward a história ganharia contornos mais interessantes até talvez de um conto de super herói. Imaginar Edward narrando a história como o vampiro poderoso, provido da capacidade de ouvir pensamentos e ao mesmo tempo sentindo-se inseguro, com medo de ferir o amor de sua vida, cuja mente é a única que ele não consegue ler e o que, a certa altura, é o que ele mais deseja; ver a sua jornada de renúncia e depois de entrega a esse amor proibido com uma menina impulsiva, inconseqüente, que sabe que está em perigo e mesmo assim ousa ficar perto do vampiro; alguém que ele tenta a todo custo manter viva, embora a sede pelo seu sangue seja poderosa e violenta... Desperdiçam-se aqui as nuanças de uma personagem riquíssima que sabe o quanto pode machucar de várias maneiras a garota que ama, de quem tenta se distanciar, sem sucesso, pois já está envolvido.

Mas enfim, a película até que cumpre em parte seu objetivo. Funciona se levarmos em conta que é baseado em um livro de uma história fantástica destinado a garotas do público infanto-juvenil. Pedir mais que isso? Claro que dá! Certamente. Eu queria ter gostado mais do filme, eu até gostei, mas os efeitos melhorzinhos, maquiagem mais eficiente, diálogos menos óbvios contribuiriam muito. Fica a esperança de que o novo diretor consiga elaborar cenários mais fantásticos, pois é nisso que o filme peca, mas que mantenha a sinceridade de Hardwick ao filmar essa história de amor improvável e consiga extrair de seu elenco as angústias de um amor adolescente proibido como a diretora fez sutilmente. Claro, a rivalidade com os lobisomens pode tornar a seqüência bem mais interessante que esse primeiro filme da franquia.


Ah, e a tão falada seqüência gratuita do beisebol... é gratuita, mas não deixa de ser divertida. Deixe-se levar, não pense muito... E curta um filminho divertidinho e bonitinho. E, pelo menos, é um filme bem melhor que os pavorosos O Menino do Pijama Listrado e A Lista: Você Está Livre Hoje, disparado as piores bombas de 2008.

PROJETORES - Crepúsculo: Vampiros que jogam beisebol

Crepúsculo (Twilight, 2008) é um filme adolescente para adolescentes. E quase exclusivamente, adolescentes do sexo feminino. Não que isso seja ruim, não é. E definitivamente o filme não é ruim. Mas olhando aqui e ali, podemos perceber que Crepúsculo tinha muito potencial, que infelizmente não foi explorado. E quem, como eu, leu o livro entende melhor ainda do que eu estou falando.

É inegável que a obra literária na qual o livro é baseado conquista, em sua maior parte, o público adolescente, mas acredito que ele possa encantar pessoas das mais variadas gerações. A autora Stephenie Meyer se utiliza muito inteligentemente de elementos como o romance proibido entre uma humana e um vampiro e toda uma nova mitologia acerca de vampiros e lobisomens para envolver o leitor numa atmosfera psicológica e num clima de suspense que dão o tom à obra e prendem a atenção até o fim, explorando a dualidade (temos o vampiro Edward Cullen que jamais machucaria a sua amada Bella Swan, mas luta constantemente contra o intenso desejo de mordê-la. Do outro lado temos Bella, que se sente atraída pelo vampiro e também sente um desejo estranho em ser mordida). E é essa ambivalência que permeia toda a história que a torna tão cativante. A narrativa de Meyer é vigorosa e tem um frescor que contagia os leitores. Mas, sobretudo, é uma trama adolescente. Os livros de Stephenie Meyer também são vistos como livros voltados para o público feminino. É fato que a maior fatia de seus leitores é composta por mulheres e não apenas adolescentes como se apregoa. Mulheres mais velhas também se interessam pela história da garota anti-social, nerd, responsável e madura para sua idade que vai morar com o pai numa cidadezinha obscura e fria e se apaixona por um vampiro charmoso, gentil, inteligente, mas perigoso, o que a torna mais negligente consigo mesma, impulsiva e inconseqüente.

Acho que os livros de Meyer (nem todos da série Crepúsculo são necessariamente bons livros como o primeiro) têm muitos méritos literários. A decisão acertada de fazer a protagonista ser a narradora, faz com que o diálogo com os leitores seja mais aberto e natural. Temos acesso a todas as emoções e conflitos internos da personagem e, pelo seu ponto de vista, tentamos decifrar os misteriosos personagens que se envolvem com ela. Assim sabemos tanto quanto ela sobre as pessoas a sua volta. Os impulsos, desejos, tiques e loucuras de uma garota normal de 17 anos estão presentes na narração. Por isso não dá pra cobrar muita formalidade quando são as palavras de uma adolescente que estão lá. É claro que as limitações são inevitáveis, quando se trata de narrativas em primeira pessoa.

Contudo, o filme, certamente, não apresenta uma força narrativa como a do livro, capaz de encantar gerações diferentes. Eu até posso apostar que ele estará datado dentro de alguns anos. Catherine Hardwicke é uma diretora acostumada a dialogar com o público adolescente bem como a lidar com seus dilemas, sempre criando personagens fortes. Isso é o que provam filmes como Aos Treze e Os Reis de Dogtown.

Catherine não é tipo de diretora que não cumpre o que promete isso porque ela não promete muito mesmo e isso é bom, pois no meio de tantos cineastas pedantes, é bom ver que ela prefere apostar na simplicidade e entregar filmes mais, digamos, sinceros. Pode até não ser uma grande cineasta, mas é uma diretora cheia de boas intenções, pelo menos. Os filmes de Catherine nunca ofendem, mas também não causam comoção. Mas valem pela simplicidade e despretensão da diretora.

O filme Crepúsculo é de longe a mais ambiciosa de suas apostas, levando-se em conta todo o hype criado em torno do romance vampiresco. E se ela não foi tão bem sucedida na transposição da história de Meyer para as telas, foi no quesito bilheteria. Pelo menos, com tudo o que o filme já faturou até aqui (uma quantia bem superior ao seu orçamento, pouco mais de 30 milhões de dólares), a seqüência tem chances de ser bem melhor no que diz respeito ao visual.

O principal demérito do filme é exatamente o visual, afinal sendo uma aventura fantástica, nesse campo é fundamental investir. Mas o que vemos são efeitos ruins, que dão a impressão de obsoletos, inferiores aos utilizados nas séries televisivas da Warner Bros. Aqui, pelo menos, o orçamento baixo justifica. Mas não justifica o roteiro, que não é de todo ruim, mas além de alguns diálogos óbvios, parece que foi escrito apenas para fãs da obra literária, sem se importar muito com quem nunca ouviu falar em Crepúsculo antes de ir conferir o filme. Ainda assim, em alguns momentos, o filme é capaz de decepcionar os fãs por deixar algumas passagens do livro de fora de sua versão em película. E isso não tem nada a ver com purismo. O fato de ela estar de salto ou não na hora do baile ou de não mencionarem o plano de viagem para Seattle (que no livro acaba não levando mesmo para lugar algum), ou a casa da família Cullen não ser branca não interessam. Mas a passagem em que Bella se sente mal na aula sobre tipagem sanguínea deveria estar no filme, afinal sua aversão a sangue seria uma coisa interessante a ser mostrada levando-se em conta o destino da personagem. O passado de Carlisle também merecia uma seqüência, até para introduzir os Volturi (que serão personagens de grande importância nas seqüências desse filme) na história, mas em nenhum momento eles são citados. Os momentos de romance entre Bella e Edward no quarto da garota, em que ele começa a testar o seu controle e descobrir até onde pode ir com Bella sem machucá-la também foram deixados de lado. Serviriam não apenas para acabar um pouco com a aura de castidade tão comentada, mas como uma experiência de descoberta entre os dois, o que remeteria logicamente para a descoberta dos desejos na adolescência, algo tão passível de identificação. O vilão James assim como no livro é o ponto fraco o filme. Introduzido apenas no final da história, perseguindo Bella por motivos simplistas o que acaba levando ao clímax do filme: a luta entre ele e Edward, um conflito, que por ironia, é bem anticlimático. Rápido demais e sem grandes emoções. Até agora também não entendi aquela câmera trêmula de Hardwicke, principalmente na seqüência do beijo.


O excesso de mel certamente incomoda muita gente, mas pelo menos o romance mostrado na tela é bastante sincero. Não existe metáfora, é uma história de amor com algumas passagens que realmente valem à pena, como a cena na clareira, ou quando o casal vai parar em cima das árvores ao som da lindíssima "Bella’s Lullaby" de Carter Burwell, um dos pontos altos do filme. A fotografia é primorosa. Claro, que os efeitos não ajudam, aliás, atrapalham bastante as cenas, que poderiam ser mais encantadoras se estes fossem mais eficientes. Outra seqüência interessante é aquela em que Edward apresenta a namorada a sua família. Rende boas tiradas.

O elenco todo está muito bem. Tanto os amigos de Bella que se mostram muito naturais em seus papéis, desajeitados e graciosos, quanto os Cullen que contornam a bizarrice da maquiagem excessiva e se entregam aos seus personagens com muita sinceridade, à exceção de Nikki Red. Billy Burke está perfeitamente caracterizado como o pai de Bella, injetando simpatia no recluso chefe de polícia Charlie Swan. Taylor Lautner faz o que pode para angariar a simpatia do público em suas poucas cenas como Jacob, para já ir acostumando o público, visto que ganha grande destaque na continuação, Lua Nova. E, talvez o ponto mais alto do filme seja mesmo o casal protagonista. A química entre Robert Pattinson e Kristen Stewart contribui muito para que o filme funcione. Stewart muito eficiente e graciosa como Bella Swan e Pattinson se apresenta charmoso e expressivo como Edward Cullen. Aliás, ele já havia se mostrado encantador em Harry Potter e o Cálice de Fogo.

Cenas que podem parecer gratuitas para quem não é leitor de Crepúsculo, como as quedas de Bella Swan, correspondem bem a sua personalidade. E funciona também como um contraponto entre a humana frágil e o vampiro forte. Outra cena muito criticada e tida como gratuita até para alguns leitores do livro é a do Beisebol. Até pode ser que Meyer tenha se inspirado no Quadribol de Harry Potter, mas no filme a cena não incomoda e nem compromete. E ao som de Muse com "Supermassive Black Hole", ela chega perto de se tornar divertida. Aliás a trilha sonora, inclui ótimas musicas. Além das já citadas, há também "Full Moon" do The Black Ghosts, "Flightless Bird, American Mouth" do Iron and Wine, "Eyes on Fire" do Blue Foundation e "Go All The Way With Me" de Perry Farrell.

Apesar de tudo dá para encarar Crepúsculo como uma diversão passável que não compromete. A cena de abertura já vale.

Vamos ver como vai ser Lua Nova. Afinal, as expectativas agora são boas. Chris Weitz do ótimo O Grande Garoto e de A Bússola de Ouro (que tem seus problemas, mas é bem dirigido e conta com um visual excelente) assume a direção no lugar de Hardwicke, o que pode garantir bons efeitos especiais e um clima maior de aventura, aproximando mais os não-fãs do livro, por torná-lo mais acessível a estes. E levando-se em conta o orçamento do próximo, Weitz tem chances de fazer um belíssimo trabalho construindo cenários fantásticos mais grandiosos. O próximo também não se prende tanto ao romance de Edward e Bella, mostrando mais a amizade entre a garota e Jacob e um leve início de atração e envolvimento entre eles. Há a introdução dos lobisomens que pode ser visualmente interessante e garantir boas cenas de ação, há cenas na Itália, a aparição dos Volturi, a rivalidade declarada entre lobisomens e vampiros, a grande vilã da história que agora tem reais motivos para ir atrás de Bella e mais desenvolvimento de Alice, uma personagem encantadora. Ou seja, tem chance de ser bem melhor que esse. Esperamos que o roteiro que ficará a cargo da mesma Melissa Rosemberg de Crepúsculo também sofra um up grade e fuja mais da obviedade e do excesso de mel.


E para os fãs algumas surpresinhas deliciosas: há uma passagem em que Bella derruba a maçã e Edward consegue pegá-la oferecendo-a a garota com as duas mãos, o que claro, remete a capa do livro. Ainda estão lá as comparações que Bella faz de Edward a super heróis, o diálogo do "leão se apaixona pelo cordeiro", a canção de ninar de Bella e a troca de olhares no final entre o vampiro Edward e o futuro lobisomem Jacob, que além de inimigos naturais, terão uma rivalidade ainda mais acentuada nos próximos filmes, devido a disputa pelo coração de Bella.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

POR AÍ AFORA - Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

A abertura da 32ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começou ontem com a exibição exclusiva para convidados do filme Terra Vermelha. As sessões abertas ao público começam nesta sexta-feira. Um dos destaques desse ano na mostra fica por conta de Garapa, novo documentário do mesmo diretor de Tropa de Elite, José Padilha. Outra aguardada estréia é a do mais novo longa do diretor alemão Win Wenders que é um dos convidados internacionais da mostra de 2008. Além de Wenders, quem também está entre as presenças ilustres do evento é o ator porto-riquenho Benício Del Toro. O ator é o protagonista do filme que conta a história de Che Guevara e que encerra a mostra. E uma surpresa são as exibições especiais, restauradas pelo próprio autor, do clássico O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola. A maratona de filmes vai até o dia 30 de outubro. Não deixe de conferir e boa sessão!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

SALA DE ESTAR - Teledramaturgia

O mercado de telenovelas vem aumentando exponencialmente no Brasil, um dos países que mais consome o popular e malfadado produto. Se lá pela década de 70, a disputa ocorria entre a Globo e a Tupi, com a falência desta última em 1980, a Globo passou a brigar com a Rede Manchete. A briga ia muito bem, mesmo com os altos e baixos da rede dos Bloch, até esta também falir depois do fracasso da “famosa” Brida, inspirada em romance de Paulo Coelho e protagonizada por Carolina Kasting, ainda na sua pré-fase Globo. Por algum tempo, a Vênus Platinada reinou absoluta no que concerne à teledramaturgia. Sílvio Santos, às vezes acertava e importava uns folhetins mexicanos que acabavam por incomodar a Globo, devido a boa audiência que conquistavam, como é o caso das “Três Marias” da pseudo-cantora/atriz, Thalia. Mas isso não significava uma grande ameaça.

Entramos nos anos 2000, e a Globo continua na disputa, dessa vez, com duas emissoras que se mostram cada vez mais empenhadas em consolidar um mercado de teledramaturgia respeitável: A Record e o SBT.

A Record, entre as duas é a mais ousada. Depois do fracasso Metamorphoses, que prometeu demais e cumpriu de menos, a emissora finalmente conquistou um público cativo para suas tramas e uma audiência cada vez mais crescente com A Escrava Isaura e Prova de Amor, além de fenômenos ainda mais recentes, como é o caso da ótima Vidas Opostas e da inverossímel e trash-cult Caminhos do Coração, bem como sua continuação intitulada Os Mutantes. A Record já conta também com seu próprio Projac, o RecNov, onde se concentram os estúdios e cidade cenográfica das suas telenovelas e parece que para atingir o cume, falta muito pouco.

O SBT ingressou sem sucesso na teledramaturgia, ainda nos anos 80, com telenovelas previsíveis e desastrosas. Os fracassos noventistas Cortina de Vidro e Brasileiras e Brasileiros, só vieram reafirmar isso. Já o 3º remake de Éramos Seis obteve um bom retorno, tendo feito um razoável sucesso e sendo considerada a melhor produção de todos os tempos da emissora do baú. Já as subseqüentes As Pupilas do Senhor Reitor e Sangue do Meu Sangue, apesar do elenco respeitável e do esforço

por uma bela caracterização e produção, não foram tão bem. Atualmente, o SBT investe ainda muito fracamente no setor, optando por adaptações brasileiras de dramalhões mexicanos (sem se importar muito em fugir do contexto e abrasileirá-la, fazendo de suas produções, essencialmente mexicanas) e por comprar tramas bem sucedidas da finada Rede Manchete, como aconteceu com Xica da Silva e mais recentemente com Pantanal. Ambas ajudaram a alavancar a audiência da emissora que não andava bem das pernas. Entre seus sucessos nos remakes de folhetins mexicanos encontram-se a datada Esmeralda e, talvez, a melhor de suas produções no setor de adaptações de novelas da Televisa, Canavial de Paixões, ambas protagonizadas pela ex-Sbt e atual Rede Record, Bianca Castanho.

O atual sucesso do SBT, com Pantanal, se deve a três fatores: saudosismo daqueles que acompanharam à telenovela em sua exibição original na Rede Manchete, em 1990 e estavam que não agüentavam mais de saudades de Juma, Véio do Rio e Cia; curiosidade, daqueles que não acompanharam a trama ou, que como eu, eram ainda muito pequenos na ocasião em que a novela foi exibida e têm lembranças muito esparsas dela, e querem saber o que tem de especial essa novela da qual os mais velhos tanto falam, enfim, saber a resposta para um sucesso estrondoso que chegou a fazer tremer como nunca o império global; e, por último, mas não menos importante, a qualidade e carinho com que foi escrita e produzida. Pantanal é para muitos A Novela, aquela que constitui quase um panteão ao lado de Escrava Isaura (a versão original) e Roque Santeiro. Mas apesar de tudo, não dá pra deixar passar despercebida a direção fetichista de Jayme Monjardin (uma característica sua que sempre me incomodou), aquela mania de cenas grandiosas gravadas com um fetiche sem igual, como se ele quisesse a todo custo impressionar e torná-las memoráveis, antológicas. Pode até funcionar quando é televisão, apesar de incomodar, mas no cinema não dá, vide o desastre fílmico intitulado Olga, um dos piores filmes brasileiros dessa nova safra de cinema nacional. Mas bem, aí já é outra história.

Dizem por aí, que o sucesso dos Mutantes da Record, é inexplicável. Eu acho perfeitamente compreensível. Diante das tramas repetitivas e maniqueístas da Globo (sempre tem a mocinha, o mocinho, o vilão, a gostosa, o safado mau-caráter que cai nas graças do público), essa veio com uma proposta, senão totalmente inovadora, pelo menos diferente do que estamos acostumados a ver, muito embora, a trama peque com a tosquice e inverossimilhança. E é esse aspecto trash que faz da novelinha um objeto tão cultuado pelos fãs.

Se a novela sempre foi o produto mais apreciado e popular entre os telemaníacos (a novela das 8 sempre foi e continua sendo, mesmo com a audiência baixa, o carro-chefe da Globo), agora eles devem estar fazendo a festa, com tantas propostas no gênero. Uma pena para quem já não agüentava as tramas bocejantes e leblonescas da Globo, esta que parece, vai permanecer muito tempo na disputa teledramatúrgica.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

78 ROTAÇÕES - 25 Anos do LP Voo de Coração de Ritchie


No dia 24 de junho, o disco clássico Voo de Coração do cantor Ritchie, completou 25 anos de lançamento. Tá certo que já fazem dois dias, mas antes tarde do que nunca, não é. (risos)
Pra mim, é um dos melhores discos do rock nacional dos anos 80, e não me admiro ele ter entrado para a história vendendo mais de 1 milhão de cópias, com a clássica música Menina Veneno. Sou muito fã dele.
Quem quiser ver no site do cantor Ritchie pode clicar aqui, ou ali na lateral onde está escrito Nossos Cults.
E mais, também para vocês verem, separei um vídeo do cantor no You Tube, a apresentação dele cantando "Menina Veneno" no Globo de Ouro em 1983, música que está nesse disco.
assista, logo abaixo
Parabéns a Ritchie pelo sucesso desse disco, e nós fãs só temos de brindar por isso.