O primeiro integra o grupo dos filmes indie: daqueles que concorrem ao Oscar de Melhor Roteiro Original e é o azarão dentre os indicados na categoria de Melhor Filme.
O segundo vende-se descaradamente como uma comédia romântica esquecível, feita na medida para garotas apaixonadas que acabam contribuíndo para o filme ser um sucesso de bilheteria já que elas arrastam a todo custo o namorado para as salas de projeção.
Juno tem grandes méritos. O primeiro, claro, é a protagonista interpretada pela sempre ótima Ellen Page. Aqui a garotinha mosta porque é uma das melhores atrizes da nova geração e me faz lembrar porque é uma das minha atrizes favoritas atualmente. Carismática e talentosa, ela sempre entrega atuações marcantes, seja como a MeninaMá.com ou como a Kitty Pride. E aqui não é diferente. Ellen interpreta uma garota inteligente de 16 anos que, por puro descuido, acaba engravidando do melhor amigo. Enquanto o seu pai não consegue lidar com a situação e aceitar o fato, Juno decide procurar um casal interessado em adotar o seu bebê.
Diálogos interessantes, trilha sonora bonita, elenco surpreendente, momentos ternos, dramáticos e engraçados bem dosados e um apanhado de referências como aperitivo. No entanto, nem tudo é perfeito. O que mais incomoda é que Juno parece seguir uma fórmula. E, como todo mundo sabe, seguir padrão é sinônimo de acertar facilmente, não tem como dar errado. Mas também é sinônimo de falta de originalidade e inventividade. Johnny & June é um desses filmes que seguem uma fórmula. Por isso, não passa de um filme correto, sem ousadia, o que chega a ser sem graça. Fugir do óbvio, ousar é sempre um risco, mas louvável.
Mas nada que comprometa efetivamente. No final das contas, Juno é um bonito filme, que merece todo o alarde que se tem feito por aí.

O mais engraçado é o fato de uma comédia romântica quase anódina ser encantadora em alguns momentos. Vestida Para Casar soa como um Sessão da Tarde simpática, cheia de clichêzinhos até perdoáveis (o que seria de uma comédia romântica sem alguns desses clichês?).
Verdade seja dita: Sem Heigl e Marsden, o filme não funcionaria. Ambos bastante carismáticos, convencem em seus respectivos papéis (ela da solteirona que vive participando de casamentos, sempre como a madrinha, nunca como a noiva; Ele como o repórter bisbilhoteiro e cético em relação a casamentos que acaba se interessando pela história da eterna madrinha). Juntos, os dois funcionam muito bem na tela.
A despeito da boa química do casal e da simpatia trasmitida pelas suas personagens, está a previsibilidade do roteiro. Sabemos de antemão como será o final, não dá para esperar nenhuma surpresa. O restante do elenco tembém não tem muito o que fazer em cena, servindo apenas como mais alguns adornos bonitinhos, visto que é tudo muito raso. A culpa, não sei bem, se é mais da diretora, a fraca Anne Fletcher (Ela Dança, Eu Danço), ou da roteirista Alice McKenna. Confesso que da roteirista de O Diabo Veste Prada eu esperava mais. Mas o roteiro limita-se ao óbvio, ao já batido e desgastado, mas que é o que faz a festa dos fãs do gênero. Anne Fletcher não faz mais do que seguir à risca o roteiro.
Mas esqueça que é só mais uma comédinha romântica bonitinha e ordinária. Vale a pena dar uma olhada no charmoso casal interpretado por Heigl e Marsden, responsáveis pelo temperinho a mais que faz do filme um passatempo até mais ou menos. Pena que seja só isso.