sábado, 9 de fevereiro de 2008

78 ROTAÇÕES - Velvet Revolver

Eu nunca fui fã de Guns N' Roses. A verdade é que exageraram tanto a importância da banda (que acabou lá nos anos 90) que até hoje eles são descobertos pelas novas gerações de roqueiros pré-adolescentes. Moleques que costumam desprezar bandas novas como Panic at the Disco, My Chemical Romance, Fall Out Boy e outras, acusando-as de bandas de pseudo-rock enquanto afirmam que Guns N' Roses foi uma das últimas bandas Rock N' Roll de verdade. E eu fico pensando se, de fato, uma banda que fazia baladinhas bregas e romântiquinhas como Patience, November Rain e Don't Cry e ainda contava com um vocalista de shortinho apertado, bandana, requebrado de fazer inveja a Carla Perez, um verdadeiro roqueiro de boutique, um poser que afinava a voz e se achava indubitávelmente cool podia ser assim tão... Rock N' Roll. Não me entendam mal. Não gosto de Panic at the Disco também e tem algumas músicas dos Guns que eu até ouço, mas não sou, nem nunca fui fã.

Pelo menos na minha opinião, o guitarrista Slash era um dos poucos atrativos do grupo, aliás uma coisa muito curiosa que eu vejo por aí é que tem uma pá de gente que não gosta dos Guns, mas que sempre admirou o Slash. Slash é realmente um grande músico e é bom ver que ele sobreviveu aos anos 2000 e está aí de volta com outra banda, enquanto Axl Rose (o sujeito rebolativo de shortinho apertado) depois de despedir todos os membros originais dos Guns em meados dos anos 90 (sem ao menos consultá-los) planeja já há uns dez anos uma volta triunfal de sua banda com novos integrantes. Sem Slash e, provavelmente, sem o mesmo sucesso de outrora.

O Velvet Revolver surgiu em meados de 2002 trazendo além de Slash em sua formação, outros integrantes dos Guns N' Roses, como o baixista Duff McKagan e o baterista Matt Sorum . O Velvet ainda conta com Dave Kushner na guitarra e com um dos vocalistas mais legais dos anos 90: Scott Weiland (ex-Stone Temple Pilots) a frente da banda.
Quando surgiu o Velvet já foi imediatamente apontado como uma das grandes promessas do rock, o que acontece com toda banda que surge por aí fazendo um rock interessantinho e que se diferencia do que está na moda.

Depois de dois discos lançados (Contraband, de 2004 e Libertad, de 2007) o que se pode constatar é que difícilmente, o Velvet Revolver vai entrar pra história ou ser a banda favorita de alguém. Não que fazer história seja sinônimo de ser banda boa, afinal, como já foi dito, Guns é uma banda histórica.

Velvet Revolver é audível, agradável, divertido, chega até a ser interessante, talvez por fugirem dos modismos musicais e fazerem um som um tanto antiquado, mas de qualidade. O problema é que o Velvet não te puxa pelas entranhas. Contraband é um disco bem regular, já o Libertad é um disco mais legal. Let it Roll e Don't Drop That Dime, respectivamente, a primeira e última faixa do álbum são muito boas. Já Can’t Get It Out Of My Head e Gravedancer são bem pouco memoráveis.

Eu lembro de ter gostado bastante da primeira música que eles lançaram: Set Me Free, acho mais, porque fazia parte da trilha sonora de um dos meus filmes prediletos daquele ano de 2003, Hulk.

Mas o Velvet é muito até. Até interessante, até empolgante...

Como eu já disse, é bom ver Slash novamente em ação numa banda mais bacana que o Guns e é bom ver Weiland ainda vivo, como frontman do Velvet. Espero que ele definitivamente tire umas férias da prisão e exclua as substâncias ilícitas de seu cardápio.

Pode não ter a mesma mística do Stone Temple Pilots, ou mesmo toda a energia do superestimado Guns N' Roses, mas vale a pena conferir. Você corre o sério risco de se pegar indicando o Libertad para seus amigos, só pelas três primeiras faixas que são mesmo bem legais.

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