
Mas antes eu acho oportuno inaugurar essa seção com um texto que a Sygma escreveu sobre os anos 80:
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Gang 90 e as Absurdettes
“‘Adeus metáforas’ era o nosso lema”. A frase é do cantor Ritchie, autor do clássico do pop rock nacional Menina Veneno, e saiu assim, naturalmente, tudo porque Ritchie queria a definição perfeita para o que era a música que faziam ele e seus amigos roqueiros dos anos 80.
Chega do Cálice de Gil ou do Sabiá de Chico, o negócio nos anos 80 era ser claro e direto, aproveitando que a censura havia dado uma trégua e pelo menos um pouquinho de liberdade de expressão já era permitida. Assim foi o rock brasileiro dos anos 80, um verdadeiro fenômeno com cara e jeito de movimento, apelidado por Nelson Motta de BRock.
O Pop mesclou-se com o New Wave e flertou com o Punk. As letras falavam de assuntos triviais, de relacionamentos ou temas sociais, algumas vezes com seriedade, outras em tom de brincadeira, mas sempre de forma direta, sem rodeios.
Combinado a isso, estava o visual extravagante, os cabelos armados com gel e as roupas multicoloridas.
Blitz, Legião Urbana, Capital Inicial, Ritchie, Lulu Santos, Léo Jaime, Kid Abelha, Plebe Rude, Gang 90, Lobão, Metrô, Engenheiros do Hawaii e uma infinidade de outras bandas e artistas emergiram na década perdida, os anos 80 que hoje representam muito mais do que uma década. Representam o catalisador da energia de que tanto necessitava o rock nacional, perdido, durante as décadas anteriores, no meio do conservadorismo da MPB que dominava até então o cenário musical brasileiro.
O BRock surgiu assim... Naturalmente, da mesma forma que a definição dada pelo cantor Ritchie. Surgiu na brincadeira e da vontade de fazer algo diferente, de dar voz aos jovens e de calar a repressão, passando a mensagem sem eufemismos e poesia através do Rock N’ Roll.
Chega do Cálice de Gil ou do Sabiá de Chico, o negócio nos anos 80 era ser claro e direto, aproveitando que a censura havia dado uma trégua e pelo menos um pouquinho de liberdade de expressão já era permitida. Assim foi o rock brasileiro dos anos 80, um verdadeiro fenômeno com cara e jeito de movimento, apelidado por Nelson Motta de BRock.
O Pop mesclou-se com o New Wave e flertou com o Punk. As letras falavam de assuntos triviais, de relacionamentos ou temas sociais, algumas vezes com seriedade, outras em tom de brincadeira, mas sempre de forma direta, sem rodeios.
Combinado a isso, estava o visual extravagante, os cabelos armados com gel e as roupas multicoloridas.
Blitz, Legião Urbana, Capital Inicial, Ritchie, Lulu Santos, Léo Jaime, Kid Abelha, Plebe Rude, Gang 90, Lobão, Metrô, Engenheiros do Hawaii e uma infinidade de outras bandas e artistas emergiram na década perdida, os anos 80 que hoje representam muito mais do que uma década. Representam o catalisador da energia de que tanto necessitava o rock nacional, perdido, durante as décadas anteriores, no meio do conservadorismo da MPB que dominava até então o cenário musical brasileiro.
O BRock surgiu assim... Naturalmente, da mesma forma que a definição dada pelo cantor Ritchie. Surgiu na brincadeira e da vontade de fazer algo diferente, de dar voz aos jovens e de calar a repressão, passando a mensagem sem eufemismos e poesia através do Rock N’ Roll.
E essa sessão surgiu da vontade de relembrar os bons e velhos tempos, da necessidade da nostalgia, afinal com o revival que começou no início dessa década, quem duvida que os anos 80 estejam aí de volta, para serem revividos e relembrados?
Blitz em sua formação original
Foi com banda Gang 90 & as Absurdettes, formada pelo DJ Júlio Barroso, em 1981, que tudo começou. Totalmente influenciada pela New Wave, a nova onda que tomava conta do cenário musical europeu, a banda de Barroso tinha uma sonoridade e identidade muito interessantes, com muito humor e referências, a Gang 90 fazia um som diversificado, autêntico, divertido e dançante. Pelo selo HOT de Nelson Motta, a banda gravou seu 1º compacto que trazia a música com a qual eles concorreram no Festival MPB Shell 81 , Perdidos na Selva, uma das minhas favoritas.
Outra banda que apareceu ainda no início dessa década foi a irreverente Blitz de Evandro Mesquita, que na época contava com o polêmico Lobão na bateria. A música Você Não Soube me Amar foi o seu primeiro grande sucesso. Alguém se lembra do compacto dessa música, de capa rosa choque, e com Evandro repetindo à exaustão a palavra "nada" do lado B? Bizarro não?
Em 1981 surgiu outra banda muito boa, vinda direto de Brasília: a Plebe Rude. Ao contrário das outras bandas que apareceram antes, eles faziam um rock mais político.
No ano de 1982 apareceriam outras bandas bem legais como o Barão Vermelho que trazia o lendário Cazuza nos vocais e que, mais tarde, se consagraria como um dos maiores poetas de nossa música e sua banda como uma das mais importantes da história da música brasileira. Nesse mesmo ano o Barão lançou seu 1º disco que levava o mesmo nome do grupo. Lulu Santos lançou o Tempos Modernos também em 82, um disco que infelizmente ainda está faltando na minha coleção. Já a Gang 90 lançou o Essa Tal de Gang 90 & Absurdettes que trazia, além da clássica Perdidos na Selva, a balada Telefone e aquela outra que eu gosto muito: Nosso Louco Amor, a música que me fez ter vontade de comprar esse disco. É uma pena ainda não tê-lo encontrado :(
Foi também em 1982, mais propriamente em janeiro, que abriu na Praia do Aeroporto, a mais importante casa de shows da época, o Circo Voador, que faria história. Três meses depois ele mudou de endereço e foi para os Arcos da Lapa.

Circo Voador, o palco de momentos históricos
Blitz lança o disco As Aventuras da Blitz, aquele mesmo que tinha as duas últimas faixas riscadas, por causa da censura. Nessa época Lobão já tinha pulado fora do barco e lançado seu 1° disco solo Cena de Cinema, outro dos que eu ainda não encontrei.
A inigualável Legião Urbana de Renato Russo que, muita gente concorda comigo, é uma das melhores dos anos 80, realizou seu 1° show abrindo para a ótima Plebe Rude. Também quem estreou nesse ano foi os Paralamas do Sucesso, com Baroni tendo sido chamado as pressas para substituir Vital na bateria, visto que este último preferiu passear com sua moto, esquecendo assim o compromisso de tocar na universidade com a sua banda, o que um pouco mais tarde renderia uma música, aliás, um verdadeiro clássico dos Paralamas.
A banda Herva Doce gravou seu 1° disco com a divertida música Herva Venenosa e, quem diria, um ano depois estavam abrindo para o Kiss, no Rio de Janeiro.
Em 1983 os Paralamas lançaram o compacto com a bacana Vital e Sua Moto inspirada na aventura do ex-baterista da banda. Nesse ano a banda também lançou o disco Cinema Mudo.
Depois de Lulu Santos e Lobão, outro ex-integrante da banda Vímana partiu para a carreira solo: o inglês Ritchie, de quem eu sou muito fã, gravou o compacto da música Menina Veneno e assim como o Paralamas lançou seu 1° disco no mesmo ano do compacto, o Vôo de Coração um recorde de vendagens para a época e um dos meus favoritos da minha coleção de LPs.
Lulu Santos além de gravar seu 2° disco produziu o compacto de outra banda que entraria para a história, o Kid Abelha que trazia as músicas Pintura Íntima e Por Que Não Eu.
Camisa de Vênus do excêntrico Marcelo Nova, amigo de longa data do grande Raul Seixas, lançou seu 1° disco intitulado com o nome da banda.
E aqui encerra essa primeira parte. Logo eu postarei a próxima parte que enfoca o período de 1984 a 1986. Tenho certeza que tem muita coisa para contar.
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